um novo ciclo expositivo na Igreja dos Redentoristas no centro da cidade do Porto - "O Corpo é Alimento" - traz consigo novas exposições, mesas-redondas, concertos e performances.

Dedicado ao tema O Corpo é Alimento, este ciclo propõe uma reflexão sobre a relação entre o alimento e o transcendente, explorando as suas dimensões simbólicas, espirituais e materiais. A decorrer na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o ciclo reúne duas exposições individuais, a primeira de Christopher Sousa e, posteriormente, de Paula Craft, que desenvolvem uma pesquisa sobre a relação entre o sagrado e o alimento, convidando o público a um diálogo sensorial e conceptual sobre o corpo como oferenda, sustento e experiência.Para além das exposições, o programa inclui mesas-redondas, com oradores de áreas distintas, desde a medicina à teologia e à psicanálise; um conjunto de eventos paralelos e uma performance-jantar, proporcionando diferentes abordagens e interacções com o tema. O ciclo é coordenado por Domingos Loureiro, Patrícia Tonel Monteiro e Rui Santiago, reunindo arte, pensamento e experiência num espaço de encontro entre o material e o espiritual.

Exposição #1 - Christopher Sousa
27 março a 27 abril
Inauguração: 27.03 - 21h
Visitas: 9-13h e 14h-19h de segunda a sábado | 9h-13h domingo

Imagem Pairante

Christopher Sousa, nascido em 1987, ingressou no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo e em 2013 foi ordenado Presbítero da Diocese de Viana do Castelo, onde é Pároco e Professor. Encontra-se a concluir a Licenciatura em Artes Plástica na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.O seu trabalho artístico situa-nos num espaço intermediário, entre o físico e o metafísico, o pragmático e o místico, que nos impele a refletir sobre o “mistério da vida acompanhado pelo esforço de o converter numa imagem, penetrando no mistério, recebendo dele o impulso, libertando-se dele pela imagem, que se incorpora, por sua vez, no mistério e se revela a um outro, cruzando-se com outras imagens numa cadeia ininterrupta, que só uma nova obra de arte pode interromper, criando uma nova origem, um outro aspeto da imagem pairante” (Maria Filomena Molder).O conceito da IMAGEM PAIRANTE, conduz-nos para a possibilidade de contemplar uma série de pinturas que, ligadas entre si, revelem a passagem do caos à ordem, da sombra à luz, da morte à ressurreição.

Exposição #2 - Paula Craft
30 abril a 8 de junho
Inauguração: 30.04 - 21h
Visitas: 10h-13h e 14h-19h de segunda a sábado | 10h-13h domingo

Acender a Chama

Paula Craft, Vive e trabalha no Porto. Desenvolve atividade regular como artista visual, designer gráfico e ilustradora, desde 1992. Mestre em Artes Plásticas – Pintura pela FBAUP em 2024 com a investigação “O silêncio e a insignificância, do prazer ao ato de ignorar como práxis artística, orientada pela professora e artista Joana Rêgo e Licenciada em Artes Plásticas – Pintura na FBAUP.
A sua prática desenvolve-se entre Pintura, Performance e Instalação, a sua investigação move-se através da ligação entre arte e gastronomia, investigando o alimento nas suas dimensões simbólicas, sociopolíticas, culturais e ecológicas. Através do seu trabalho, cria contextos e estruturas para repensar o alimento, a relação e a partilha na sociedade global. No contexto artístico, participa e integra exposições, regularmente desde 1995.ACENDER A CHAMA | Todo o gozo espiritual se pode exprimir pelo comer, pode a pintura, enquanto processo, transmitir esta transformação, pode a pintura produzir uma imersão sensorial e significativa no artista e no espectador? Quando, queremos que tudo se modifique apelamos para o fogo! De todos os fenómenos, é realmente capaz de receber tão nitidamente as duas valorizações contrárias: o bem e o mal. Ele brilha no Paraíso, abrasa no Inferno. É doçura e tortura. Cozinha e apocalipse.

com Christopher Sousa, Francisco Gil, Laura Castro e Paula Craft
moderação: Domingos Loureiro e Rui Santiago
5 junho 2025 - 21h

O Efémero e o Imanente

Assinalando a aproximação do encerramento deste ciclo expositivo, a terceira, e última, mesa-redonda convida-nos a refletir sobre “o efémero e o imanente”. Um debate crítico sobre expor numa igreja, a relação entre a arte e o sagrado, o património artístico e religioso. Esta conversa desafiante contará com a presença dos artistas que integraram o ciclo, Christopher Sousa e Paula Craft, e ainda com a historiadora de arte Laura Castro (EA-UCP e CITAR-UCP) e o físico Francisco Gil (FCTUC, UI&D Química-Física Molecular e Requimte).LAURA CASTROProfessora na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, de que foi diretora entre 2013 e 2017, e investigadora do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes.
Doutorada em Arte e Design pela Universidade do Porto, é membro da Associação Portuguesa de Historiadores de Arte e da Associação Internacional de Críticos de Arte. Presidiu à direção do Círculo de Cultura Teatral/Teatro Experimental do Porto (2015-2021), foi membro da Direcção da Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas (2010-2015) e é membro do conselho de administração do Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende.
Foi Diretora Regional de Cultura do Norte e Vice-presidente do Património Cultural, IP. entre abril de 2021 e junho de 2024.
Publica regularmente sobre arte moderna e contemporânea, museologia, arte e paisagem e arte pública. É autora de diversas monografias sobre artistas portugueses.FRANCISCO GILDoutorado em Física Experimental pela Universidade de Coimbra
Professor Auxiliar no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Entre outros assuntos, tem dedicado grande parte do seu trabalho de investigação à área do Património Cultural, aplicando os seus conhecimentos ao estudo material de objectos micro e macro de valor patrimonial. Para esta área de estudo, trabalha em parceria com muitos outros investigadores numa perspectiva trans e multidisciplinar.
Tem orientado e co-orientado muitas teses de Mestrado e algumas teses de Doutoramento em diversas áreas, essencialmente no âmbito do seu trabalho de investigação maioritário.
É vice-coordenador do Mestrado e do Doutoramento em Património Cultural e Museologia, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
É Diácono na Diocese de Coimbra.

Da mão para a boca

A autêntica incorporação da presa começa na boca. Era para onde, primitivamente, seguia o caminho de tudo o que era comestível, da mão para a boca. Em muitos animais, que não têm braços para agarrar, o acto de agarrar é executado pela própria boca, pelos respetivos dentes ou por um bico, que a antecede.
(Elias Canetti, Massa e Poder, 2017, p. 250)O jantar pretende ser uma ativação dos sentidos, num processo lento de degustação, onde a reunião e a partilha se transforma em laços de união.
Todos os alimentos serão preparados e selecionados pela artista de forma a proporcionar uma experiência sensorial. Cozinhar é um ato de amor, ao comer estamos a incorporar valores sociais, afetivos e espirituais.Inscrições para o e-mail: [email protected]
Valor de participação: 30 euros
Limite de participantes: 25